Adeus, Axé-Sistem!

04/09/2009 at 12:02
Ela não engana mais os cariocas...

Ela não engana mais os cariocas...

Deu no diário carioca Extra, esta semana:

Música baiana enfrenta crise no Estado do Rio

A axé music enfrenta um período ruim, pelo menos no Estado do Rio. A má fase não poupa ninguém, nem mesmo ícones nacionais. Empresários que contrataram o show de Ivete Sangalo no Luso de Campo Grande, em Xerém e em Nova Iguaçu tiveram prejuízo na venda de ingressos. O público pagante não cobriu os R$ 350 mil que a baiana pede como cachê. Mas Ivete não está sozinha. Claudia Leitte amargou uma baixa procura por seus shows no Rio, que resultou no cancelamento de espetáculos. O Niterói Folia e o Axé Itaipava, que tinham a cantora como a principal atração, não vão mais acontecer devido à baixa procura por ingressos. No entanto, os organizadores dos dois eventos dizem que o cancelamento foi causado pela gripe suína. O único evento “baiano” recente que deu lucro foi o show do grupo Jammil na Marina da Glória.

Como viemos dizendo aqui desde que esta budega passou a funcionar, e antes desde 2008/2007, o sistema que sustenta o Axé Music entrou em crise por contradições internas.

Crise que se acelerou (e ainda bem) com o Secretário de Cultura Márcio Meirelles, e que por outro lado teve nele a única possibilidade de saída (com o axé-music deixando de ser uma monocultura plutocrática e, convivendo com outras modalidades rítmicas no carnaval, sobreviver).

A Salvador de verdade (que não é a dos blocos de abadás) saúdam o Rio de Janeiro! Ficamos feliz, e surpreendidos pelo óbvio, com o fato de ser o Rio (em segundo lugar, anos depois de Recife) a perceber a tal crise e abraçar o pós-axezismo. Recife, se a percebe, na prática continua pagando pra ver Asa de Águia e outras tranqueiras por lá. Como já disse, faz oposição na teoria – na prática, Recife quer mais é que o axé-sistem continue a existir.

Em tempo: hoje era dia de Som das Sextas, mas não encontrei vídeo de Júlia Sentada (mas encontrei um trecho em mp3 pra baixar), linda canção que Luciano Salvador Bahia fez pra sua filha quando ela começou a engatinhar. A escolha é porque meus erês vêm pra Salvador pela primeira vez desde que aqui nasceram, e vai ter carurú de preceito pros meus Ibejis. De modo que passei a semana atribulado com isso e com o – finalmente – Programa de Saúde Mental do PLANSERV (ainda em fase piloto, e a ser lançado oficialmente em dezembro ou janeiro próximos).

De modo que não tive tempo. Mas sem problemas. A idéia é que a sexta-feira seja temática sobre música, focado no formato canção. Uma notícia como esta ao meu ver dá conta do tema. Assim como nas sextas em que sai entrevistas do Cartel sobre a Canção, não sai O Som das Sextas.

Aproveito pra avisar a quem não percebeu que as segundas-feiras também estão temáticas – mobilidade urbana, flanar, arquitetura, e minha paixão máxima: Cidades!