Quem já viu Secretário de Cultura pular pipoca?
Eu já! Márcio Meirelles. Na pipoca de Armandinho Macedo, sem seguranças a tira-colo, vestido de Filho de Gandhy, e frevando com quem passava. Discreto, e como sempre. E, contra as previsões de Mário Kértzs, a Globo e João Henrique Carneiro, sendo cumprimentado pelo povão, pessoalmente, pela excelente programação gratuita que instituiu para o Carnaval de Salvador este ano. Ou seja: ninguém achou “desconhecidos”, se acharam passaram a gostar – como aliás sabiamos, porque todos os 6 trios da SECULT lotaram nos dois percursos, de cabo a rabo.
E ainda prozeou comigo, tomando um côco, pouco depois numa das ruas de trás da Barra, sobre a atual política de museus do Estado (com a qual não concordo e que agora, com a aprovação pública e explicita de Marcio, e a consequente neutralização do discurso dos kertszistas, me sinto confortável em expressá-la aqui, o que farei amanhã).
Sinal dos tempos! Quando o secretário era Paulo Gaudenzi, ele malmente ia ao Teatro Castro Alves – que cobrava caro. E mal olhava para as pessoas.
Isso sim, que vivemos hoje, é democracia: supra-institucional, ela ocorre no dia a dia da relação povo-poder.
Márcio é Secretário de Cultura – vive a cultura, em toda a sua intensidade -, o resto é conversa…
Enquanto isso, o prefeito João Henrique, que passou o Carnaval todo apagado (carnaval a respeito do qual tomou decisões de gestão equivocadas, por exemplo a não criação do Circuito Rio Vermelho, que já havia dado certo ano passado), resolve no último dia convidar-se a si mesmo a subir num trio de uma sub-banda de axé-music, e de lá do alto discursar. Nada poderia ser mais populista e inautêntico (ele que é evangélico e nunca pulou carnaval) – ou seja: baixíssima densidade democrática.
Salvador, e a Bahia, merecem Marcio Meirelles; mas não merecem jamais o Bastião da Mediocridade, João Henrique Carneiro.
[…] taxada de impura pelos puristas armoriais tipo Ariano Suassuna. Era das vantagens táticas de ter Marcio Meirelles, um pipoqueiro ideológico que nunca teve carro, como Secretário de Cultura do Estado da Bahia – diferente de Albino […]
Foi exatamente o que eu disse, Sandra: ele se comporta como sempre se comportou, e há nisso grande mérito – e uma boa visada do que causa o talento que vem demonstrando. O resto é ranhetice de sua parte para com minha pessoa. Poderia dizer que é homofobia, ou cousa que o valha. Você usou de recursos quetais. Eu não uso: meu debate é no campo das idéias, das ações, dos fatos e da lógica.
Bem interessante. Que fique claro que gosto das ações da Secult, das idéias do márcio e tudo o mais. Mas ‘palamordedeus’ meu filho… o márcio na rua pulando carnaval sem segurança é o que ele faz todos os anos. Secretário de cultura não é celebridade para andar com seguranças. Sempre fez isso e porque deixaria de fazer agora. Não tá fazendo nada demais (se o outro não fazia ele tava errado) mas não precisa elogiar o novo secretário que apenas tá brincando o carnaval dele como deve ser… vc tá paracendo fã de big brother…