esforço de um Malogro profissional
Já tem tempo que tem me irritado certo elogio da dita crítica musical baiana (em sua maioria formada por jornalistas que não sabem que Vladimir Propp existiu, e conhecem Theodor Adorno por orelhada de apostilas de graduação) a banda Maglore. Contudo, eu evitava falar a respeito. Primeiro porque considero tão irrelevante que o melhor é ignorar que existe, e não falar deles sequer pra falar mal (é o que um destes jornalistas culturais, a quem aliás admiro e respeito, Luciano Matos, diz a respeito do Restart). Porque pra mim a Maglore não passa disso: um Restart “à esquerda” – não porque eles sejam de esquerda (na verdade eles nem sabem o que são), e sim porque seu público e seus apoiadores intelectuais vêm do Anti-Axé.
Sua existência é tão desimportante quanto inofensiva – o que não é inofensivo é o “muito barulho por nada” que se faz ao redor destes rapazes. É isso que preocupa: a dita crítica parece ter perdido a criticidade. Qualquer coisa vale no Pós-Axé, por mais inconsistente que seja, desde que seja uma banda “esforçada” e “profissional” – diz o jornalismo cultural bahiano e a produção cultural que cresceu sob a Era Marcio Meirelles. Esse elogio do profissionalismo, conquanto seja benéfico ao Anti-Axé até certo ponto, está na medula óssea do Axé-System, devemos nos lembrar – e da indústria fonográfica como um todo (alguém duvida que Luan Santanna, essa irrelevância de Marília, é “esforçado” e “profissional”?).
Da única vez que vi a Maglore tocar ao vivo foi encerrando um show da Formidável Família Musical, já exilada no Rio de Janeiro, que ocorreu na Boomerangue quase um ano antes de ela fechar. Ou seja: estou dando o desconto de que, talvez, naquele momento, a Maglore fosse imatura e não tivesse ainda um repertório autoral ou interpretativo próprio. Porém, ressalvo: o primeiro show da TenTrio, por exemplo, tinha um uso de palco tão ruim que parecia ensaio – mas o som era de uma vitalidade e personalidade impressionantes. E olhe que eles não têm letra, posto que fazem apenas instrumental.
Pois bem, neste show que vi da Maglore ela ocilava entre um grupo de crooning para baile de debutantes e um cover dessas bandas de pop-rock (que no fim da conta são de axezão rasteiro e radiofônico mal-disfarçado) que tocam em boates de mauricinhos da Pituba (carrófilos e que deliram que o Pelourinho está abandonado, embora não passem num raio de 5km de lá desde que nasceram).
Posteriormente, quando eles lançaram seu disco, comentei no twitter, com muita parcimônia, que eu tinha restrições a Maglore e que precisava ouvir mais ao vivo, e estava disposto a tal. A reação de Teago, seu vocalista e compositor, foi a pior possível: chegou mesmo a dizer que o papel da crítica é irrelevante no processo de construção autoral, de recepcão do público e de Reforma Cultural do Estado. (Notem: quando a “crítica” lhes elogia, ela não é irrelevante. Notem: são os únicos “autores”, e nem digo só da Bahia, a pensarem assim hoje, uma vez que artistas e produtores ativamente buscam a análise dos críticos – desde as orquestras eruditas até os sambistas. Como aliás soe de ser em qualquer período estético fértil).
Que fique claro que não considero que a Teago falte talento: uma vez no Encontro de Compositores do Teatro Vila Velha ele mostrou um ijexá muito bonito; em outro, uma canção que ele queria que fosse bossa nova e não foi, depois frevo e não foi e ele não sabia o que era – na verdade, era uma levada-axé bem a estilo de Rónei Jorge e do Suinga (nada a ver, portanto, com o axezão zumbi privatista). É aí que reside o problema: seu talento não tem rumo. Talento é apenas energia, no sentido newtoniano do termo: capacidade de realizar trabalho. Bem direcionado, é profícuo e eficiente como uma bicicleta ou um trem; mal direcionado, é um disperdício idêntico ao de um automóvel. Se talento não falta (embora não seja muito), falta projeto estético (isto é: também político).
Teago não apenas parece desconhecer como direcionar melhor seu talento (muito porque público e “crítica” o blindam com o discurso do “profissionalismo e esforço” – esforço como se vê meramente braçal, alienante e alienado, uma vez que não é reflexivo nem autocrítico), como ele parece que não quer saber: é a ignorância como definido no dialeto bahianês – “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. Num destes Encontros do Vila Velha falei-lhe sobre como Letieres Leite me explicara que ijexá não é um gênero, mas uma família de gêneros tal qual o samba, o frevo e o bumba-boi; Teago ouviu com relativo desdém. Em outro episódio, falei-lhe que sua tal levada-axé poderia ter virado um frevo-de-bloco, lírico e minuetado, mais próximo da bossa nova – resposta: “É que eu não ouço esse tipo de coisa, só rock”, o que eu complementaria mentalmente “rock radiofônico, você quer dizer…”. Ainda neste mesmo dia, tentei abordar peculiaridades estéticas com ele por exemplo do Retrofoguetes e da Rumpilezz: suas respostas, num misto de arrogância e indisfarçável insegurança, foram mitificadoras do tipo “são gênios, e por isso inanalisáveis”, o que além de paralisante para ele e inviabilizador do debate é uma falácia: ambos os grupos se submetem sistematicamente a avaliação crítica e pedem por ela – inclusive comigo.
Talvez esta empáfia da Maglore advenha justo do elogio excessivo (e vazio e irrefletido) que o jornalismo e os produtores (e não a crítica!) vem fazendo a eles: tornaram-se crianças mimadas. O que aliás talvez tenham sempre sido. Uma das piores características da Maglore é sua falta de identidade com Salvador, e com a Salvador da Reforma Cultural. É uma banda digamos “international style”. Não por acaso: seus membros são do Imbuí e arrabaldes, naquela área em que Salvador não é Salvador. São o que se chamaria, lá na Barra Avenida, de “meninos de playground”.
(Que fique claro que esta crítica, virulenta, que acabo de fazer não visa isolar ou ostracizar ninguém. Se a Maglore for esperta, usa isso como um koan soto-zen e procura mudar de posição. Ou segue me ignorando como crítico, confortavelmente.)
[…] afeta aos que participaram da Reforma de fora da SECULT também. Isso já se prenunciava antes na incapacidade de parte dos agentes da anti-AxéSystem não conseguir articular críticas ou críticas…, se avoluma com produtores ligados ao Pós-Axé passarem do nada a louvarem seus algozes do […]
[…] que seja uma precoce sensação de “já vencemos todo o mal”, que se manifesta também naquela certa …; e uma confusão entre optar por usar das táticas do Axé-System (como a BaianaSystem faz […]
Você reclama que a crítica faz elogios como “esforço” e “profissionalismo” mas não faz muito diferente. Fala do talento, de como poderia ou deveria ser isso ou aquilo, mas não fala do EP, do álbum, das músicas.
E aí, dá pra fazer uma crítica minimamente musical?
Não: toda crítica é política antes de tudo.
De resto, o disco e as canções da Malogre não me dão material pra escrever: é um deserto de idéias. E, está dito no primeiro parágrafo deste post, este não é um texto sobre a Maglore, bem antes uma “crítica da crítica” (no sentido de Marx). Dislexia tem tratamento, procure um pra você.
E email válido e nome real aqui são obrigatórios sim – pouco me importa que o WordPress diga o contrário.
Como vêem: mas um que acha que usar a internet é descumprir a Constituição Federal. IP existe pra gente denuncar a PF quando precisa, né não?
maglore é tipo los hermanos. rsrs
O que, observe, poderia ser um elogio. “Angústia de influência” comigo não cola: inspirar-se em um autor antes é bom começo; imita-los acriticamente, extemporaneamente, fazendo de si uma cópia-da-cópia, um simulacro baudrilardiano, isto sim é que é triste fim.
Não li todos os comentários, achei desnecessário mas acho necessário falar que …
O fato de um músico morar no imbuí não faz dele um soteropolitano gringo, afinal a fronteira é um limite criado pelo imaginário, conhecer outros espaços, navegar por outros mares e vivenciar uma cultura cosmopolita como a de Salvador não diminui em nada sua capacidade criativa, pelo simples fato de se morar em um lugar que eu considero agradável sob o ponto de vista do bem-estar. Afinal Chico Buarque mora no Leblon bairro rico do RJ e descreve como ninguém qualquer beco carioca.
Outra coisa desagradável que li é que o talento é apenas energia. O talento é A energia que move o artista e o direcionamento do talento não precisa ser necessáriamente de dentro pra fora, um bom observador escreve letras consistentes a partir da sua perspectiva de introspecção o que não interfere no resultado musical. É NECESSÁRIO ENTENDER QUE A MÚSICA NÃO É BICHO DE ESTIMAÇÃO. Então não tente trata-la com educação pra que seja bonita para os outros, ela fala do SEU UNIVERSO, de forma nua e não maquiada.
Sobre essa tal EMPÁFIA, não conheço a fundo o vocalista pra falar sobre sua personalidade mas a banda é formadas por músicos que trazem consigo uma bagagem e principalmente uma PEGADA autêntica, veja pelo baixista NERY LEAL, que é um músico extremamente criativo e que nem na sua época de rock in roll no Truanescos perdeu a sua essência regional de autentico baiano. O swingue está nas cordas e não no teclado do tal CRÍTICO CULTURAL quem proclamou essa início de conflito, apelidado de postagem. Outro membro que vale a pena detalhar é Lelão que não apenas toca guitarra, atua como instrumentista na gravação e no palco, um arranjador de suma importância pra música que o caro dono do blog chamou de World Music.
E pra fechar é o seguinte. Se você foi tentar conversar com a banda e não foi bem recebido, é um direito seu críticar a postura de qualquer um deles no que diz respeito a relação pessoal, mas musicalmente a maglore é sim uma banda com um potencial bacana que agrada ao público tanto em shows como nos cds e é isso que faz dela uma banda de destaque e não a relação sua com Teago. Tentar diminuir a capacidade musical e criativa da banda porque não foi tratado bem é um erro, ou melhor, é uma coisa muuuuito feia de se fazer.
A questão, pela bucentésima vez!, não é de se o bairro é rico ou pobre – mas se ele é desterritorializado ou não. Não é sócio-economica, mas arqueológica e geográfica. É menos Marcio Porchman, e mais Milton Santos.
O Leblon não é desterritorializado, e Chico Buarque se cirou no Jardins Paulista e em Copacabana e Laranjeiras, bem mais centrais.
De resto Chico Buarque não viveu numa cidade e em um momento histórico em que o resgate da identidade urbana e do uso da cidade foi fulcral para um movimento de retomada estético-política (ainda inconcluso, diga-se, a julgar pela Prefeitura Municipal). Outro paradigma, em que outros vetores tinham mais importância.
Qualquer fato estético é fruto das condições históricas e materiais que lhe dão origem. Mitificar qualquer fato estético (música inclusive) como algo que diz respeito ao “seu (do autor) universo” é mera crença religiosa, e não se tira disso nem consequências nem linhas de ações práticas. O autor é, na melhor das hipóteses, sintoma de sua época. Favor ler Foucault e Barthes.
O conflito que a Maglore cria já estava antes, e não é só comigo – ambas as ascersões se comprovam pelos seus efeitos, isto é, pelos comentários aqui postados.Por que será que no universo da Reforma Cultural Bahiana só a Maglore (ao lado, claro, de Aninha Franco) conseguiu ganhar minha antipatia (e a de outros)?! Se eu fosse da Maglore, estaria me perguntando sobre isso – e talvez levasse a questão ao meu psicanalista.
Não fui só eu que não fui bem recebido pela Malogre. Mas, como me foi pedido sigilo a respeito, não vou dizer com quem mais foi que isso aconteceu. Adianto que foi com outros autores músicos também, gente bem mais claramente relevante do que eu, e não apenas com críticos.
O Babado Novo de Claudia Leite também era “uma banda com potencial bacana que agrada o público”. Isso faz ela digna de respeito? Ou com alguma qualidade estética?
A diferença entre autores cônscios politicamente do que fazem, e os meros alienados serviçais do mercado, é que os primeiros moldam gostos, os segundos apenas seguem. Isso vale para a SalaDeArte de Cinema, vale para a Boomerangue, etc. Uns lêem os rumos que a realidade está tomando e a que deveria tomar (“o mundo como ele aparenta ser” X “como ele é” X “como ele pode vir a ser” – no dizer de Milton Santos em sua última obra, Por Uma Outra Globalização) e aposta nisso; outros pegam o bonde andando e buscam agradar a um público já formado oferecendo mais do mesmo e obstaculizando qualquer inovação ou mudança criativa, tornando-se a si mesmos e ao público acríticos e arreflexivos (isto é: alienados no sentido marxiano do termo – alijados do senhorio de seu próprio trabalho). A Maglore está claramente neste último grupo.
A Malogre é banda de destaque para quem? Até agora, ninguém que eu esteticamente respeite conseguiu elogia-la com consistência – a maioria dos que formaram os novos rumos estéticos da Bahia desde 2005 falam dela com desdém, embora nunca publicamente por respeito, claro.
Não é porque eu não fui tratado bem que critico a Maglore – embora isso mostra profunda falta de conhecimento do campo cultural bahiano atual, e idêntica falta de tato diplomático (em ambos os casos, falta de profissionalismo patente), quer dizer: se fosse só por isso, já seria motivo de sobra! É simplesmente porque eu nunca achei bom, e dadas as chances de se me provar o contrário, não a usaram e perderam boas oportunidades de ter um crítico local, mas de reconhecimento nacional, defendendo sua obra.
Mas talvez eles nem saibam ainda o que significa isso – isto é: aquilo que perderam…
Forastieri encontrou sua alma baiana.
Não fosse a sua arrogância, você achar que é super inteligente e que o mundo idolatra suas posições e suas críticas, suas críticas sobre a Maglore seriam bem aceitas por todos.
Acho que você deveria reservar um espaço para criticar eles, sem citar tanto autor, falando somente por si mesmo, e outro espaço (de preferência em e-mails pessoais) para resolver suas questões sentimentais com Teago.
Deixe de lado esse ranço de ser super inteligente e bom porque conhece autores, existe muito gênio por aí que nunca leu um livro e muito grande poeta popular que nunca ouviu falar de Drummond.
Aprenda a ser humilde e a aceitar críticas sem levar tudo até os últimos argumentos ou, quando não os tem mais, simplesmente pondo um ponto final com um “falsária!”. Isso não convence ninguém de nada.
Se o Axé é grande e atinge um público imenso, aprenda com ele. Use a estrutura dele (que, inegavelmente, funciona) e traga mais conteúdo que ele.
Ficar falando em blogs pelos cantos, citando nomes e se defendendo de críticas não muda a cena e não ajuda ninguém. O pessoal da Maglore (que não gosto da banda) faz muito mais do que ficar sentado com a bunda na cadeira, eles saem, fazem acontecer, tomam tapa na cara, voltam e fazem de novo. Seguramente isto já é um bom começo para uma mudança de alguma coisa.
Parabéns aos caras da banda. Eles fazem o que gostam e o que acreditam e levam isso a frente com coragem e entusiasmo, que, goste ou não, vem contaminando muitas pessoas e ganhando muitos adeptos.
Eu queria ver esses críticos do Axé frente a frente com artistas grandes do circuito, terem tanta coragem de ligar a metralhadora. Ficam escondidos nos blogs, simplesmente.
Não existe “falar ou pensar por si mesmo”. Existe ou leniência intelectual, ou a pessoa sonegando informação sobre de onde vem a teoria sobre a qual se monta para ver.
Até Newton subiu no ombro de alguém, não foi?
Pois é: os gênios que “não precisam de vasta erudição” que você citou simplesmente não são críticos, nunca foram, nunca exerceram a crítica nem exerceriam. Crítica é conhecer a arqueologia material do campo que se está a analisar. Fora disso, é opiniosidade. Ou então é “poesia”.
(esse discurso anti-intelectualista me cansa taaaaaaanto…! – for the record, Drummond era tão erudito que traduziu Chordelos de Laclos e dois volumes de Marcel Proust para o português. Isso o beócio ignora).
“Falsária” é epiteto usado só pra quem não usa email válido e nome verdadeiro. Nada tem a ver com os argumentos apresentados. Tem a ver com praticar crime de Lesa-República, não cumprindo a Constituição: “é livre a expressão, desde que vedado o anonimato”.
Sobre usar o modus-operandi do Axé em favor dos outros ritmos: Cê tá querendo ensinar padre-nosso ao bispo, é isso mesmo?! Vai lá ver os arquivos de 2008, quando eu já dizia isso, e apontava isso materialmente.
Em tempo: o Axé-System funcionaVA – do verbo “tornou-se especulativa e insustentável desde 2005”.
O que eu escrevo aqui tem sim amplos efeitos materiais. Tanto que o Encontro de Compositores do Teatro Vila Velha surgiu do Cartel sobre a Canção, realizado neste espaço – para ficarmos em um só exemplo que eu não sou narcisista pra sair me gabando.
De resto, você acha que eu escrevo baseado em que, senão na minha amplíssima (e às vezes estafante) frequentação do metier cultural bahiano?
Escondido em comentário fica você. Com essa, você está fora do mundo dos adultos – e do debate. Porque quem estava no Debate Público Sobre o Carnaval, organizado por Paulo Miguez ainda em 2007, vaiando Joaquim Nery na cara dele era eu, meu querido (antes, diga-se, de este blog nascer e um dos motivos que me levaram a criá-lo). Ou você estava também?
Pô Marcelo, na boa, ja vi muita gente idealizar um monte de coisa, mas idealizar a galera do axé como parametro e capazes de ensinar algo de digno extrapola o mais poliana dos polianas. Ou então vc nunca esteve frente a frente, como vc sugere, com nenhum dos maiorais deste genero, que fudeu, no mau sentido, com a musica feita na Bahia. Qualquer pessoa que tenha tida o minimo contato com qualquer pessoa ligada a estrutura do axé/pagode sabe do baixissimo nivel cultural, e da total falta de escrupulos na condução dos negocios. Alguns deles estão ricos, e daí? Não sou nenhum “poliana”, mas existem outras formas menos baixas de ganhar a vida. Esse negocio de “tudo”por dinheiro é bom pra Silvio Santos.
Cheguei atrasado…mas que lindo isso aqui!
Tb chego tarde e sem fôlego para ler todos os comentários… mas, apesar de nunca ter ido num show da Maglore, tem uma coisa que vem chamando a minha atenção, que é uma divulgação institucional da banda sobre o pertencimento a uma tal seleta “Cena Preferencial Baiana” (?). Que diabos é isso? Preferencial pra quem?
Desejo menos ansiedade aos rapazes, mais foco e estudo em música e que venha a experiência… e as novas críticas.
Ah! Gosto do clipe no jardim… 😉
Abçs a todos!
Lucas,
Você é um cara muito inteligente, que possui um vasto e respeitável conhecimento.
Porém muito cuidado ao aplicar esse enorme conhecimento na prática, pois o problema de quem tem muita capacidade intelectual é justamente esse.
Seja mais humildade, pois por mais longe que você vá, não atingirá ao mais evoluído dos seres, Jesus Cristo, que pregou humildade acima de tudo.
Não precisava perder tanto tempo pra criticar o pobre Teago ou Tiago, que é um playba criado no colégio anchieta que visa seu lugar ao sol no micro-cenário do Rock Baiano, e vai lutar por isso de todas as formas, afinal quer beber whisky, chegar chapado pra cantar e dormir com 2 ou 3 gatinhas por show.
Deixa o cara buscar o sonho dele, mesmo sabendo que será muito dificil atingir.
A forma que você redigiu está composta de raciocinio emocional, e não puramente o “racicionio racional”, parafraseando um viral do youtube. Alguma coisa te incomodou pra você pegar ar e escrever dessa forma.
Use seu conhecimento para evoluir as mentes pequenas que estão ao seu redor e lhe acompanham, escrachando o garotinho, pouco você ajuda.
Se Deus lhe deu um dom superior aos demais mortais, use-o não apenas para se favorecer e vencer suas batalhas individuais, mas sim para ajudar ao próximo.
O verdadeiro propósito da vida é a evolução espiritual individual e coletiva.
E antes de falar:
“que tocam em boates de mauricinhos da Pituba”
“lá na Barra Avenida, de “meninos de playground””
Lembre-se que você também é um burguês morador do Itaigara.
Sugestão> use melhor seu potencial.
abraços
Pernótico
“Pernótico não segue, persegue”
Mais um falsário que usa nome que não existe e email falso lesando assim a Constituição Federal: “é livre a expressão, DESDE QUE VEDADO O ANONIMATO”. Tão dificil entender isso?
Mas, vamos nessa…
1) não sabemos o que Jesus, dito o Cristo, pregou, nem aliás se ele existiu. Estamos no campo da mitologia;
2) o que o Cristianismo prega é a coisa mais estúpida de todos os tempos: colocar o Amor como valor absoluto. Sobre isso, leia Nietzsche e Freud;
3) quem vem com argumentos religiosos, se colocou fora do mundo dos adultos. Se forem argumentos religiosos cristãos, piorou! Portanto, com você não se debate mais…
Jênio! Eu digo que me incomodou, e o que me incomodou, logo na primeira linha: o fato de a dita crítica cultural elogiar a Maglore acriticamente.
Dislexia tem tratamento, viu?
Vou repetir: não é conhecimento, mas saber. São dois conceitos dispares. O Conhecimento é do Discurso Universitário, que eu rejeito – é um acumulo inútil de patrimônio intelectual; o Saber é a articulação teorético-práxica, emana dos fatos, só é formulável um a um, não é cumulativo, é um-único, e se transmite ou contamina mas não se pode “ensinar”.
De resto não fazemos aqui caridade intelectual. Se você não entendeu ainda como e porque pedantismo é ética, mais uma prova de que nada adianta “usar meu conhecimento para evoluir mentes pequenas” (até porque, se eu fizesse esse tipo de prostituição cultural, cobraria para ser pago regiamente). Para usar a citação da mitologia em que você crê (no caso, O Evangelho Segundo São Mateus), “não jogo pérolas aos porcos”.
Deus não me deu nada não, que nem existe e se existisse e me desse eu devolvia.
As circunstâncias históricas e a capacidade autóctone de me articular nelas me deram tudo o que tenho – e nada do que tenho é “dom”.
Que mané “batalhas individuais” você viu num blog que não me dá um tusta e que foi feito basicamente para colaborar na Reforma Cultural Bahiana? Mas é cada uma…!
Moro no Itaigara por circunstância, mas isso não faz dele meu território. Sou um aristocrata decadente que se criou na Barra Avenida. Minha identidade, meu território, sempre foram o Centro Expandido de Salvador, inclusive por ter estudado no Vieira por 11 anos.
Faixa de renda não é classe social. Vá ler Engels, vá. E, de quebra, Milton Santos, pra entender que território não é locus físico.
Prrrrr…
Que metralhada!
kkk
Segura ai Pernótico!
O cara é quente.
O cara é booom vei!
kkk
O mentecapto em questão mandou outro comentário. Embora nada tivesse de especialmente ofensivo (a não ser o fato da agressão a Constituição Federal que é expressar em anonimato), não aprovei porque, né, a discussão aqui é de adultos e fora da APAE.
Entre outras sandices o cara dizia, no comentário não aprovado, que “você (eu, no caso) não vai fazer Reforma Cultural nenhuma porque a Bahia não vai mudar de mentalidade”.
Quer dizer: trata-se de um caso de agrafia e dislexia política. Reforma quem faz é o Estado, e os Governos; a Reforma Cultural Bahian está em marcha desde que se separou Secretaria de Cultura de um lado e Secretaria de Turismo de outro. Reformas de Estado implicam em mudanças conceituais (no caso a Cultura como economia criativa difusa – e não como glasse-de-bolo como era antes) com consequentes mudanças nas estruturas e formas de acesso a financiamentos e responsabilidades privadas e públicas.
A prova mais vibrante da Reforma Cultural bem-sucedida em marcha é, sabemos, o Neojibá: antes nem sonhávamos em ter uma Sinfônica Jovem; hoje ela existe, é das mais importantes do planeta, e lota 4mil pessoas ou mais num Concerto de Natal na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (o que é, convenhamos, frequência equivalente a de um show de axé-music: se isso não é “mudar mentalidade”, eu sou Chiquinha Gonzaga).
Claro que eu não vou fazer Reforma Cultural nenhuma. Eu contribui, e contribuo, com ela. Como a maioria dos que aqui comentaram. Como não sou nem nunca fui nem serei Secretário de Cultura, não sou o responsável histórico por guiar o processo. Neste sentido, quem “fez” a Reforma Cultural da Bahia foi o Sr. Marcio Meirelles; quem segue fazendo é o Sr. Albino Rubim.
Pra que o cidadão não perca mais seu tempo: não comente aqui, que nenhuma mensagem do salafrário analfabeto institucional acima será mais liberada. Tenho dito.
Pra quem realmente se interessa:
O Fetichismo na Música e a Regressão da Audição, de Adorno.
Como diria o autor do blog, é bom as vezes ir além das anotações de canto de caderno.
Também acho que já é hora de pararmos de postar bobagens em nome do ” gosto” de cada um, uma vez que acredito piamente que a grande maioria nem mesmo o tem.
Já não se sabe mais o que é gostar de alguma coisa.
Tornou-se nada mais do que um processo de reconhecimento do usual, do comum, do ordinário no que é falseadamente apresentado como novo.
Gosto pessoal é uma ilusão.
Pra mim se chama comodidade e acanhamento.
Há de se gostar apenas do que é realmente bom.
O resto é desinformação… e mal gosto mesmo.
Hehehe…
Desculpem o tom amargo, não sou assim, mas acho que Lucas sabe do que fala.
Conheço o Tiago, já fui mais chegado dele, e sei que ele está crescendo ainda. Como eu.
Se botar a cara na rua e dizer o que pensa tem de estar preparado pro que virá.
Faz parte do ofício ser criticado, questionado…
Espero que se encontre logo, arque com suas idéias (?) e perca o tom blase que nunca fui muito fã.
No mais, tudo de bom pra vcs meus amigos.
Até!
E você sabe que em geral discordo de Adorno. Ele acha a canção um ente menor, uma decadência, porque tem e requer muita datação histórica.
Já eu acho o contrário: a hiper-historicidade da canção permite que ela seja ao mesmo tempo um registro arqueológico em vivo, e uma mutação vetorizada do futuro através do passado presentificado.
Adorno não é apenas um conservador estético, mas um reacionário. Mas, que reacionário bom de jogo da zorra!
Pode-se, sim, gostar do que é ruim e não gostar do que é bom.
A questão é inquirir politicamente seus próprios gostos: “por que gosto disso, apesar de ser bom (e apesar de ser ruim)?” “A que forças políticas meu gosto responde?” “Que efeitos políticos tem eu gostar disso ou desgostar daquilo?”.
Poder pode tudo né Luquinhas…
Não é por isso que estamos aqui?
Acho até que esse ingênuo “tudo pode”, “liberdade”, “democracia” etc, tá passando da hora, não é mesmo?
Acho que se for pra discutir deveremos recomeçar por ai.
Essa coisa de bom e ruim…
Sei não, ultimamente estou mais pra lá de bagda, chegando em marraqueche.
Hehehe…
Beijo, flores e abraços!
Caro Lucas,
Seu texto, em si, não passa de uma boa crítica. Talvez um pouco carregada de ressentimentos, aqui e ali. Mas ok, é uma crítica. Confesso que me “decepcionei” com o teor do “bate-boca” dos comentários. E, principalmente, das respostas aos comentários feitos.
Acho difícil compreender alguém se põe no papel de falar do trabalho dos outros, mas que não parece aceitar muito bem que lhe critiquem também.
Enfim, o que penso é: gosto do Maglore. Gosto das músicas, do cd, dos shows, e até das pessoas que fazem parte da banda (ainda que nem sequer os conheça pessoalmente. Nenhum deles). Ainda assim, me parece dificil de crer que emane do Teago tamanha bossalidade e arrogância.
Em relação ao Maglore não aceitar opiniões desfavoráveis, fiquei mesmo sem entender. Acompanho a banda e seus integrantes pelo twitter já há um bom tempo e não é o que vejo. Muito pelo contrário. Ainda não vi ninguém da banda desmerecer ou depreciar seu texto, seu site, ou mesmo você como crítico.
Pra mim, a banda está no papel dela, agindo com muita maturidade e tolerância. Sem respostinhas cruzadas, indiretas, ou nada desse gênero.
Também não vi essa incitação à homofobia que você tanto comentou aqui e pelo twitter. E esse comentário que você atribuiu (levianamente) ao produtor da banda, na verdade, não procede. Esse cara a quem vc se refere é músico da Fridha, produtor da Suinga, mas não tem nada a ver com o Maglore. Acho que valia “checar” de onde veio a informação, antes de atribuir esse cargo de “porta-voz” da banda.
Sou de Salvador, mas moro no Rio de Janeiro já há muito tempo, e fico muito feliz de ver as pessoas aqui no Rio (entre público e crítica) falar do Maglore como “a boa música que vem da bahia”. Pra mim, é o que eles são.
E, se vc me permitir, te recomendo se dar uma nova chance. Vai ver os caras ao vivo pra ver se a opinião muda. Se não mudar, beleza! Mas eu acho que vale a pena tentar.
Um abraço!
Ceppas.
Eu aceito, e mesmo peço, que me critiquem. Mas há critérios mínimos, previstos em Constituição: livre a expressão, desde que vedado o anonimato.
Se a pessoa usou nome, sobrenome e email reais, será bem-tratada. Fora disso, esculacho porque não tolero crime de Lesa-República.
Se o homófobo ad-hominem em questão produz apenas a Suinga, deveria saber quem eu sou e me tratar com mais cordialidade – como aliás os músicos da Suinga fazem desde sempre, uma vez que fui dos primeiros a escrever mais alentadamente (e com elogios) sobre o trabalho deles. Mais uma prova de que ele foi, além de mau-caráter e anti-intelectualista no melhor estilo João Henrique Carneiro (o nosso odiado Des-Prefeito), ele não tem um pingo de tino profissional.
Sinal de que o pessoal aí do Rio não faz parca idéia do que tem acontecido na Bahia, se aí eles acham a Maglore “remarkable”. A Maglore é das menos boas coisas daqui. Entenda: se chegou aí, passou pelo des-Jornalismo regido a Axé-System, e provavelmente não é a fina-flor mais. Exceções há: a Rumpilezz, por exemplo.
E não me arrisco a ver a Maglore, mais. Não frequento festinhas de playground, sinto muito. Chances eles já tiveram mais do que qualquer outro autor – quando eles mereciam menos – e desperdiçaram todas.
Como assim?
Eu não sou mais fina flor, Mr. Lucas?
Ahhhhhhhhh…
Essa doeu, viu?
Hehehe
Cara, paz pra galera ai, bicho…
Abraço e apareça!
Como se diz aqui, tâmo junto!
😉
Exceção honrosa. E de toda sorte, você já é carioca de origem – e a Formidável tinha um pé aqui, outro em Minas, outro no Rio. E você vem de outra cepa, outra geração, que começou a atuar logo antes da Reforma Cultural entrar em marcha (isto é: a geração que ajudou a fazer a Reforma – a Maglore já é uma consequência da Reforma Cultural que nós iniciamos).
lucas, confesso q pensei em discorrer sobre seu texto, itemizando e argumentando ou contra-argumentando qdo necessário. mas cansei depois de ler tantos comentários, réplicas, tréplicas… ufa. então, serei breve:
acho q vc se excede na forma em determinados momentos. de fato, acredito q forma não é tudo, mas anda de mãos dadas com conteúdo em determinadas circunstâncias;
vc soa esnobe pra caralho na defesa de seu ponto de vista… mas isto tb tem uma relação direta de como é recebido pelo leitor. a interpretação de zé diz muito mais dele do que do texto, né? e um monte de zé anda lendo seu blog;
é importante que haja, muitas vezes, uma argumentação virulenta para se abrir uma discussão relevante;
uma crítica respeitosa é um presente. muitos a jogam fora… os mais inteligentes, não;
um estudo no toronto, tóquio ou aracaju não se aplica, necessariamente, à realidade de salvador, cidade do cabo ou buenos aires;
lamentável a homofobia (em qquer situação) como tentativa de desqualificar o argumento alheio;
não gosto nem desgosto do som da maglore, mas entendo q seja relevante a existência de bandas assim. bandas q não me tocam me fazem pensar;
sobre a reação de teago, bem… considerando a sua versão dos fatos, digo o seguinte: se não sabe brincar, não desça pro playground.
Bom… A crítica de Lucas à Maglore tem toda razão de existir. Desde que ele legitime todos os argumentos que ele próprio utilizou para configurar o texto. Ele não precisa que ninguém concorde ou discorde dele, afinal de contas, é uma crítica, imersa e submersa sim, pela opinião, pelo gosto, pela visão pessoal e única que ele possui a respeito da banda (obviamente…já que não daria pra ser diferente).
Concordemos ou não…a crítica está feita. A opinião está dada.
É obvio que é importante que se abra um espaço para contra argumentações, para que outras pessoas tenham a possibilidade de se colocar, colaborando com o que foi escrito pelo dono do blog…ou tentando fazer sua opinião cair por terra.
Eu, particularmente, discordo de boa parte do que ele escreveu. Acho que ele fez uma série de interpretações a respeito de um dos membros da banda que, provavelmente, foram precipitadamente colocadas e vieram de uma base duvidosa. Isso acabou tirando um pouco o foco do trabalho da banda, como um todo, e concentrando apenas sobre Teago (por alguns parágrafos).
Não se pode definir alguém como inseguro ou arrogante por um simples acontecimento…uma simples frase.
As pessoas têm dias ruins…
Assim como podem ter, no seu modo de operar, mecanismos de defesa que acabam por dificultar que os outros enxerguem o que verdadeiramente elas são.
Muito provavelmente a resposta de Teago sobre não ouvir outros tipos, estilos, ou como queiram chamar, de música…veio à tona envolta num espectro de brincadeira, sarcasmo…e da maneira menos negativa possível.
Fora isso, não é algo normal alguém se debruçar sobre um papel ou, nesse caso, reservar um tempo do seu dia para digitar e postar algo na internet…se o “objeto” que impulsionou a escrita é algo verdadeiramente desprezível e insignificante.
Faço uma ressalva de que, a menos que o “objeto” fomentador da crítica tenha sido o incômodo acerca dos elogios recebidos pela Maglore, o autor entrou em contradição.
Claro que há, ainda, o argumento de que se trata de um crítico respeitado e respeitoso, e que tem o dever de falar sobre temas que estejam em evidência no momento. Não discordo desse argumento. Por essa razão estou aqui, levantando essa hipótese.
Eu sinceramente acredito que o texto poderia vir menos carregado de ressentimentos. Não sei se ressentimento é a palavra certa. Mas que há uma carga subliminar a todas essas palavras cuidadosamente escritas, isso há.
Não concordo muito com a política de acertar o alvo e depois ir até lá ver se houve algum estrago maior. Pra ser mais clara, não acredito no “morde e assopra” e, em alguns momentos, percebi isso no texto.
Bom…no final das contas, o meu comentário vem simplesmente para afirmar a importância do respeito. Tinha o objetivo de falar apenas isso, na verdade. Mas sou prolixa, fazer o quê?!
Assim como é importante que a Maglore respeite a crítica que aqui foi feita e até incorpore alguns trechos construtivos para sua conduta futura…acredito que há a necessidade também do crítico, de respeitar o trabalho da banda e, mais que tudo, respeitar o público que se dedica a ouvir suas músicas, que comparece aos shows, que encontram na banda algo de tocante e produtivo para suas vidas.
Assim como é importante respeitar aqueles que não gostam do trabalho dos meninos da Maglore.
Enfim…respeito é a chave pra resolver qualquer mal entendido que por ventura existir. Opiniões existem, devem ser dadas…e pronto.
Ah! E mais uma coisa…
Não acredito que um não direcionamento inicial de uma potencialidade criativa seja um problema.
É a partir da experiência – leia-se experimentação mesmo, dia-a-dia, vivências objetivas e subjetivas – que uma personalidade criativa vai moldando seus surtos de criatividade para, então, chegar a um produto que sossegue a ebulição interna a qual, comumente, são submetidos.
Não são poucos os casos de sujeitos com personalidades criativas que fazem do caos uma oportunidade incrível de emergirem na sua mais completa e legítima magnitude.
Não me parece que o talento de Teago está sem rumo…
Talvez ele esteja experimentando…
Talvez ele esteja justamente fazendo o oposto do que foi dito na crítica: experimentando novos ritmos, ouvindo uma infinidade de sons…bandas…músicas…para que, então, quem sabe…algum deles toque a sua alma (mente, essência…ou como queiram chamar)…e daí surja algo que, certamente…sendo arte, tocará muitos, não apenas o seu autor.
Diante disso…deixo o meu comentário…deixo a mensagem sobre respeito…
Esperando que a crítica que gerou tantos comentários seja respeitada, que o trabalho da Maglore seja respeitado, que os fãs sejam respeitados, que os não fãs também sejam respeitados e que, obviamente, minha própria opinião, por mais simples e despretensiosa que seja, também tenha o respeito que merece.
Deixo o meu respeito por você, Lucas.
Deixo meu respeito pela Maglore.
Um beijo para todos.
apesar de a produção musical independente ser material de meu ganha-pão, não conheço de música – técnica e historicamente falando – o suficiente para me propor a fazer críticas acerca do trabalho final – ou seja, a música em si – de bandas e artistas. não tenho repertório para tanto. sei do que gosto e do que não gosto. do que me emociona ou não emociona. do que me faz aplaudir e ficar feliz de ver num palco. do que me causa admiração.
enfim: esta introdução me serve para dizer que não me sinto capacitada para entrar na discussão além do que me permito fazer em mesas de bares, despretensiosamente (aí, haha, aí sim eu sou fera!). e para contextualizar o conteúdo de meus comentários. e para falar que chato você é, isso todo mundo sabe, mas é de uma coerência muito legítima – quero dizer, você faz justamente isto que é preciso fazer quando se propõe a criticar algo: usa argumentos, teóricos e práticos. aliás, me admira que alguns comentários questionem isso – de você usar o seu conhecimento e experiências, pessoais também que sejam, para defender seu ponto de vista. enfim de novo.
assim como você, citarei Luciano Matos, que, recentemente, tuitou uma congratulação às bandas mais novas deste cenário. era algo que dizia do quanto é bacana vê-las em movimentação, em cooperação. eu, euzinha, em opinião muito pessoal, não sei apontar outro grupo de que eu goste entre estes “novos nomes” que não o Pirigulino Babilake (que também não é minha praia absoluta, mas cujo trabalho me faz reconhecer uma beleza honesta, um conteúdo legal… [se não me engano, acho que você discorda disso, inclusive, né?]).
caso é que concordo com Luciano. é bonitão o que esta galera anda fazendo (ainda que, ao contrário do que se rotula, eles não representem em todo o que é a nova geração da música independente ou até mesmo do rock de Salvador, que está além dos shows do Rio Vermelho e da Barra). acho que é realmente um mérito que esteja havendo uma união de forças, uma programação super ativa, eventos por eles promovidos, público por eles conquistado. estão fazendo barulho, chamando atenção, aparecendo na mídia, formando novos técnicos (as bandas estão criando equipes de trabalho de verdade), produzindo o tempo todo. e tudo isto, até onde sei, é novidade: sair do limbo da reclamação, de que na Bahia não tem isso e aquilo, para a ação; interromper o discurso de que, no dito limitado espaço existente, é impossível concorrer com “os grandes”; ignorar as perseguições e encarar com dignidade as patrulhas. sem medo de errar, de amadurecer, de construir uma história. é de fato um mérito o que esta geração vem fazendo pelo fim das dicotomias “é axé ou é rock”, “é bom ou é ruim”, “nós prestamos, eles não prestam”.
enfim, enfim, agora chego ao ponto: tenho uma amiga que defende que dizer que alguém é “gente fina” não é elogio. que isto é o mínimo da obrigação de uma pessoa. realmente, elogiar uma banda por ela ser profissional também não deveria ser pauta. acontece que é. ao menos dentro do nosso contexto todo, isso é sim. esta atitude como marca de um novo grupo de bandas é de se admirar. e a Maglore é um exemplo muito bom neste sentido. nunca li críticas específicas sobre a Maglore, mas se quem as escreveu, como você citou, reconhece e valoriza isso, eu acho bastante justo. porque, creio eu, ver a nossa produção musical que está fora do Axé-System se tornar profissionalizada é uma conquista que trará a assinatura também destes caras. e isto é foda!
(mas é óbvio que espero que em breve isto também deixe de ser foco. que a gente possa não precisar observar esta parte. que a sistemática se modifique em essência. e que os nossos artistas, independentemente de a qual grupo pertençam, possam ser avaliados apenas pela arte que produzem.)
beijos!
Sobre a Pirigulino Babilake, não exatamente discordo (e minha opinião, neste sentido, se aproxima da de Luciano Matos). Acho uma banda irregular e tecnicamente desencontrada, mas com projeto estético claro (nisso, o oposto simétrico da Maglore, portanto); e Pietro Leal um compositor muito melhor do que sua banda (como aliás era Thiago Kalu em comparação ao Clube da Malandragem. Com a ressalva de que Kalu tem rigor e genialidade assustadoras, onde Pietro é apenas brilhante, correto e instruído).
Não curto muito entrar nessas polêmicas, mas sinceramente ?? Que mal tem em ser POP?? Me diz ai…de verdade mesmo…
Melhor do que ser ROCK TRUE e nunca sair da cidade com medo de se foder em SP(sorry, mas é onde a coisa acontece)…milhares de bandas BOAS e de VERDADE em salvador morreram em Salvador.
Ninguém aqui ta dizendo que a Maglore não pareça com o Los Hermanos, digo isso ao próprio Teago a meses, inclusive acho que a própria música que ele escolheu pra abrir o disco foi a pior escolha, e sim, parece BASTANTE com o Los Hermanos, mas quer saber?? Vi o Los Hermanos ao vivo no SWU(fui pra ver outras coisas) e não consigo comer a pilha daquela banda, mas gosto da Maglore.
E só mais uma coisa, talvez se o seu texto, não fosse tão inteligente, tão bem escrito e tão ególatra talvez eu até achasse que a sua crítica tinha uma coisa a mais pra agregar a banda, mas a coisa ficou tão “Eu sei demais de história e de dicionário” que me senti um ignorante, e quer saber a real?? Gosto mais de ser ignorante e correr atrás do que me da grana do que ser um dicionário e ter um blog!!
Fora isso, concordo com algumas coisas que você diz…mas a antipatia foi de bate pronto!
Abs
Mal nenhum. Acho que ninguém mais do que eu elogia a aproximação com cultura de massas, industrial e mesmo com o modus-operandi do Axé. Isso desde a época em que Pedro Pondé estava no Círculo.
Mas há que se fazer isso com crítica e reflexão, senão é temerário.
“Tudo posso, mas nem tudo me convem”.
De resto, o rapaz prefere “o que me dá grana” ao esforço de reflexão. É ou não é Axé-System isso, só que fazendo outros ritmos? É ou não é a “redução de tudo a mercadoria”, o capitalismo quintessencial?
Pois é, meu caro: por aqui, não fazemos caridade intelectual, e pobre de quem não percebe isso de cara num espaço que tem tatuado “Marcel Proust” na testa…
A questão não é dar grana ou não meu caro, demorei 27 anos pra descobrir o que eu sabia fazer de minha vida(se é que sei, porque nenhuma verdade na arte é totalmente verdade, já que gosto pessoal existe pra isso) e acabei descobrindo naturalmente.
Não sou a favor do Axé-System, na verdade sai de salvador justamente por isso( e pela massa que deixa os carros parados com o som, duvidoso, nas alturas, e isso é só um exemplo de coisa maior) e como muitos duvidavam(com apostas de que voltaria em 6 meses pra casa) cá estou eu na labuta desde 2004.
A questão, que pra mim é crucial, é que ao invés da galera de salvador apoiar o que sai dai é o contrario.
Engraçado é que depois de estar aqui e conhecer MILHARES de bandas percebi que em todas elas o lugar MAIS difícil de ser marcar um show pelo nordeste seria em salvador(isso na época da boomerangue, imagine agora) e sempre fiquei me perguntando o porque. Pra mim ta claro, porque salvador ao invés de apoiar o que tem ai(mesmo não sendo do seu gosto pessoal ou da maioria) prefere execrar. Ou seja, é um anti trabalho frente ao que tanto se critica.
Acho que a única vez que não vi isso acontecendo foi com o vivendo do ócio(graças ao bom deus, e porque sim eles merecem) fora isso foi sempre a mesma ladainha.
Eu não sou assim chapa, eu luto em prol das coisas, como já me disseram por aqui, sou bairrista. Luto pra salvador aparecer de outra forma, pra salvador movimentar( e sim, com DINHEIRO, porque dinheiro resolve as coisas, boa vontade nem sempre) e conseguirmos ter casas de shows legais, uma cena legal enfim, existir um mercado diferente na cidade.
Enfim, já senti na pele a vontade de pessoas “true-das-antigas” de não quererem apoiar nem o meu trabalho, quando o que eu fiz na época foi justamente em PROL das bandas independentes de salvador, pedi ajuda pra muita gente pra divulgar meu projeto(na época uma exposição) poucos se deram ao trabalho de responder um email. Pra minha suspresa logo depois da minha exposição, surge misteriosamente uma outra exposição praticamente com o mesmo tema em outro canto e essa sim com o apoio massico da crítica, quer saber?? Me abalou por 2 minutos…mas me fez entender muita coisa.
Espero que a Maglore seja maior que isso, não to aqui pra brigar com você, mas acho que se tu tivesse sido mais(ou menos) inteligente na sua forma de escrever eu teria compatuado muito mais com você, pra mim o texto todo foi um estereótipo do sei demais falar sobre o que eu quero falar e sei de menos em objetividade. Nada pessoal…mas isso também me diz muita coisa.
Abs
O texto é também uma crítica da crítica. Serve para mostrar que esse negócio de “a banda trabalha pra caralho”, e que pra incentivar a “cena” tem que falar bem de tudo… não é bem assim. A crítica deve propor uma reflexão, e não fazer publicidade. Belo texto, Lucas. quanto ao fundamentalismo dos fãs e o comentário do produtor da banda, é previsível, mesmo assim impressiona pela falat de módos.
Concordo com o post, vejo a Maglore como uma banda insossa. Também atentei entre o enviroment da “Salvador lado B” essa mania de incensar a Maglore, sendo de fato “muito barulho por nada”.
Como bem me ensinou um amigo meu, existem produtos culturais que precisam de detratores. A Maglore é um desses produtos, e entendo que este texto se destine a esse fim. Ainda não sei até que ponto a análise deve considerar a qualidade do disco (ou da banda) em si versus as atitudes dos músicos e sua posição no contexto musical baiano (apesar de saber que cada um desses aspectos tem sua importância dentro da discussão), mas acho que esse texto aqui, mesmo com o mau humor do autor (também sou assim, me identifico), é necessário. De um lado ficam as magloretes super ofendidas, de outro os meninos da banda que ainda não aprenderam a ser gente. O que sobra são as pessoas pré-dispostas a pensar um pouco. Acho ótimo.
Impressionante a dificuldade que temos por estas paragens de viver com crítica alheia (não digo nem ‘aceitar’ ou ‘acatar’ e sim tão-somente ‘viver com’ crítica alheia), que dirá Crítica com C maiúsculo. Acho a Maglore sem sal. Um genérico anacrônico de um Los Hermanos de início de carreira, de identidade mal definida. Tem sim, algumas músicas bonitinhas, que sinceramente gosto, mas tão-somente gosto; daí a reconhecer a qualidade intrínseca da banda, são outros 500. Curioso é aparecerem por aí defensores da Maglore se valendo de homofobia pra desqualificar a crítica aqui apresentada – patético.
Não assusta, Kristian, apenas ou tanto que os fãs venham com argumentos homofóbicos (o que, não obstante, não aconteceria no Círculo-com-Pondé, com o Retrofoguetes, com o BaianaSystem, etc – porque estes sabem se responsabilizar pelos discursos que geram. O nome disso é ética). Espanta, e consterna, que o produtor da banda o faça! Tanto mais que ele é produtor do Suinga, com quem mantenho excelentes relações, cujos membros são meus leitores costumeiros – e aliás Didoné já veio aqui neste post, muito gentilmente, como se pode notar.
Não é apenas sinal de falta de discernimento intelectual, ou falta de caráter, ou de maturidade afetiva. Falta a lide diplomática mínima que se esperados produtores – e que se encontra nos que realmente merecem o título.
Adorei a sua resposta, inclusive isso que você chamou de “xingamento em público”.
O meu e-mail é exatamente esse, não existe motivos pra mentir o que quer que seja, aqui, querido.
Mande-me um e-mail, estou disposta a conversar mais. Rs.
Vamos ver. Da outra vez você mandou um que não funcionava…
Êa Lucas!, exponha o que você pensa e acha mesmo e fudeu.
Parabéns por fazer e bancar nos peito tudo o que faz.
E o posto só prova que a Maglore é FODA MESMO e fudeu!
Bora, binhos minha porra!
Adorei tudo… do texto aos comentários!
Lucas,
Você não acha que força um pouco a barra quanto a diferença de comportamento e uso da cidade entre Itaigarenses e Campo Grandenses? Não é de hoje que fala-se com desprezo pelos moradores além-Barra nesse blog. Venho aqui apenas defendê-los, ainda que apenas desassociando o termo ao significado…
Compreendo a diferença entre os dois lados. Eu mesma nasci e cresci na Graça, na simpática e charmosa Euclides da Cunha, lá morei por 22 anos e recentemente me mudei para o Itaigara – fazem falta as idas a vídeo-hobby e frio-gostoso a pé, em plena noite fechada, ou no final da tarde sobre a sombra das árvores centenárias.
Entendo que o termo ‘pitubano’ seja nada mais que uma metáfora sobre um tipo de uso do espaço coletivo (um não-uso, no caso), mas o estereótipo gerado por ela é inapropriado. A impressão que dá é a de que a rua e bairro onde se mora determina inescapavelmente o comportamento do habitante, mas não são poucos os “carrófilos” entre meus ex-vizinhos do Centro Antigo – muitos, que não saem à pé nem para ir à padaria, além de serem assíduos frequentadores das boates pitubeiras. Como também são muitos os pitubanos urbano-conscientes, oras, que entendem o valor de uma praça bem conservada e uma calçada larga.
A expressão “Meninos de Playground” foi utilizada inadequadamente. Ela se refere a pessoas que cresceram sob a proteção de grades e porteiros – sejam as do Alphaville ou as do Corredor da Vitória – e aos quais faltam as malícias daqueles que brincavam na calçada e no asfalto. A expressão está ligada, sim, a classe social, e não a “uso do espaço coletivo”, ainda que ela remeta aparentemente ao segundo. Portanto, o colega ali em cima está certo em questionar a sua procedência sócio-econômica, uma vez utilizado o termo para criticar os integrantes da Maglore.
E a título de não ignorar por completo o tema do texto, a Maglore é uma banda sem graça, sem brilho e até anacrônica – creio que ela faria mais sentido em 2005, quando os Strokes ainda existiam e os Los Hermanos eram idolatrados pela juventude daqui. O “muito barulho por nada” é um sintoma dos traumas deixados pelo Axé – tudo que aparece que não seja Axé é sensacional e revolucionário.
Portanto, sendo uma banda simpática, correta, de não-Axé, pouco relevante, que talvez não dure nem mais dois anos e certamente não estourará no eixo Sul-Sudeste, digo o que sempre digo: no fim das contas, é melhor do que se não tivesse banda.
É além-Amaralina na verdade.
O problema da mudança drástica de civilidade, identificação com a cidade e apreço e o uso da mesma, dos moradores do Centro Expandido para de seus Neo-Subúrbios (nobres ou pobres) não é apenas de Salvador. Pesquise sobre as últimas eleições municipais de Toronto, no Canadá.
As questões urbanas não são de direita X esquerda, mas de gente que gosta de cidades (e mora dentro delas e a usa de modo mais pedestre) X gente que não gosta de cidades (e por isso mora fora delas e abusa delas com carro; ou nunca aprendeu a gostar porque sempre morou fora delas, em playgrounds de suburbio nobre e dentro de automóveis ou socados em ônibus, nada pedestre). Em Salvador talvez isso apenas seja mais gritante. Mas olha o desprezo de todo o Rio de Janeiro para com a Barra da Tijuca: é igualzinho, e com razão.
A questão não é sócio-econômica, repito, e cito um exemplo para deixar claro: menino rico da Barra tem malícia, nem que seja de ir ao Yacht Club da Bahia a pé com os amigos – o que seu coetâneo de um prédio com “50 itens de lazer” no Caminho das Árvores dificilmente terá. A questão é gostar ou não de cidades, estar dentro ou fora dela – e a ausência do direito às cidades não afeta apenas os pobres: a medioclasse por exemplo abdica do direito ao seu Centro Antigo, sem maiores questionamentos – mas não sem uma subreptícia coerção nesta direção, advinda do Des-Jornalismo e da especulação imobiliária e da indústria automobilística que o financiam.
Conheço o pessoal da Maglore, e os integrantes de tantas outras bandas citadas aqui. Não vou tecer qualquer juizo pessoal sobre a banda, mas na real o que mais me espanta nisso tudo é como as pessoas tem dificuldade em aceitar criticas.
Memo que eu fosse o maior fã da banda, ou até mesmo integrante da mesma, jamais me incomodaria com esse texto. Por que na real não passa de uma critica, de uma impressão do autor sobre a banda. É a visão dele.
Sou jornalista e músico, e por conta disso sei o que é estar exposto a opiniões alheias. Pra cada milhão que te acha genial, sempre haverá alguem vai te achar uma fraude.
O problema é que as pessoas não aceitam a critica a banda favorita, aos amigos, enfim… E o pior, argumentam desmerecendo o autor da critica, afinal quem ele pensa que é pra falar mal de algo que eu tanto gosto??
Enfim, é só uma critica, uma impressão do autor. Não levemos tão a sério!
Bruno,
Você não acha que o autor está usando justamente isso quando diz: “Talvez esta empáfia da Maglore advenha justo do elogio excessivo (e vazio e irrefletido) que o jornalismo e os produtores (e não a crítica!) vem fazendo a eles: tornaram-se crianças mimadas. ” ?
O que me parece que tanto impulsiona este texto é as críticas dos outros também.
Quanto a posição de “não falem mal pq eu não gosto”, seja do autor ou dos fãs da banda, concordo com você: não acrescentam em nada. Agora uma crítica também não deve se basear meramente em gostos, que não são essências, e sim, construídos.
É o que eu disse: estou procurando bons sites de críticos aqui em Salvador, cidade a qual eu retornei faz um ano apenas. Parece que o autor se dedica a isto, já conhecia o site, já havia tido discordâncias e concordâncias, mas esta crítica me pareceu uma deslizada.
Abraços.
Tudo nessa vida é construído. “Essência”, seja lá o que isso for, é uma questão apenas para teólogos.
A distinção entre gosto e apreciação estética já foi discutida aqui. De resto, pode ser resumida assim: o gosto é apenas um dos problemas políticos sobre o qual a crítica, e os críticos, deve se debruçar; corolário: um crítico é alguém que sistematicamente questiona seus próprios gostos, como faço por exemplo aqui.
Dona Moça, faça a gentileza de usar email real da próxima vez – sem o que eu não posso te responder em privado. Falsários não são bem-vindos aqui.
Veja bem, o fato de eu não por um e-mail válido não me coloca como falsária. Não tente me deslegitimar por isso. Pode usar a moderação para não aceitar comentários com e-mails ‘reais’. Coloco algo no campo email por ser obrigatório, mas como acho mais produtivo e não quero sair da arena dos comentários para minha caixa de emails pessoal, sigo usando um e-mail apenas com meu verdadeiro nome.
Bom, não vou escrever muito. Só acho que o autor deslegitimou as críticas positivas sim (usando o recurso do argumento de autoridade, como eu já havia dito), veja bem o início do texto: “Já tem tempo que tem me irritado certo elogio da dita crítica musical baiana (em sua maioria formada por jornalistas que não sabem que Vladimir Propp existiu, e conhecem Theodor Adorno por orelhada de apostilas de graduação)”. E, em minha opinião, para ser uma crítica é preciso ser mais do que uma opinião, mistura que vem sendo feita aqui.
Defendo todo direito de que o autor faça uma crítica (aqui não como sentido de falar mal de quem quer que seja, mas de argumentar). Volto a dizer, não conheço ninguém da banda e não saio em defesa ou não dela justamente por não conseguir ter os elementos necessários de crítica ainda. Era este teor que eu esperava de uma crítica, e não foi o que eu vi aqui.
Aliás, saio com a impressão de que a banda não tem uma “existência é tão desimportante quanto inofensiva”, como começa o segundo parágrafo.
Só pra terminar, sobre o argumento dos bairros: há uma dose demasiada de determinismo, não?
Abraços. Desculpe a minha preferência em manter a conversa apenas aqui, espero que aprove o comentário.
Eu posso, sim, abusar verbalmente de quem quer que coloque aqui um comentário cujo conteúdo seja o que Niemeyer chama de “besteira dita com ar de coisa séria”, ou cujo email seja falso. Porque a Constituição Federal veda o anonimato, e quem frequenta minha bodega sabe que axincalhar falsários & imbecis é ato civilizatório.
Aliás, o preço de aprovar um comentário cuja forma é um atentado a Carta Magna da nação é este: ser xingada de falsária. Se prefere ser bem tratada, use nome e email real.
Não uso, nunca usei de “argumento de autoridade”. Inclusive, em geral discordo de Adorno. O que disse foi que os ditos críticos não são críticos; desconhecem escolas clássicas de semiologia; são, na verdade, jornalistas gostistas. Apontar esta falha de formação intelectual é “argumento de autoridade” em que? Quer dizer que pra não ser “argumento de autoridade” tem de cair no vale-tudo intelectualóide? Não espero, nem peço, que nenhum crítico siga cegamente um mestre (isso sim seria “argumento de autoridade”), mas que conheça minimamente a arqueologia do campo em que pretende atuar. Longe das generalidades do Jornalismo – que, como você deve saber, aqui tratamos na categoria de “Crimes de Paz”.
Lucas,
O tom da conversa está indo para um lado que eu não me propus. Você que reclamou tanto da crítica parece se irritar demais em ser criticado.
Elas por elas, eu poderia usar o mesmo jogo de palavras com você e dizer que aqui temos “besteira dita com ar de coisa séria”.
Use e abuse da Constituição a seu favor. Entendo melhor sua posição em me chamar de falsária, desse lado. Isso não me ofende e não tenho a pretensão de lhe convencer de nada.
Para mim você falar em clássicos que jamais foram lidos ou compreendidos por jornalista que falaram bem de tal banda, é um argumento de autoridade, pois te coloca na calma posição de quem leu e lhe confere, por isso, autoridade.
“Não espero, nem peço, que nenhum crítico siga cegamente um mestre (isso sim seria “argumento de autoridade”), mas que conheça minimamente a arqueologia do campo em que pretende atuar.” Estamos de acordo aqui.
Esta é minha última contribuição neste debate.
Abraços.
Está indo para um lado que você propôs e provocou a partir do momento que se nega a cumprir a Constituição Federal: “é livre a expressão, VEDADO O ANONIMATO”!
Quer ser bem tratada aqui? Use email e nome real. Mostre a cara. Senão, vá cometer crime de Lesa-República em outras paragens. Fui claro?
Sim Ana, concordo.
Mas pra mim é direito do autor até se incomodar com as criticas positivas a banda, já que tantos outros se incomodam com as criticas dele.
O importante mesmo é saber que ninguém é unânime, e que toda a critica, da mais sensata a mais injusta, é direito de quem a tive construidor.
Não sou obrigado a gostar de nada, e me sinto no direito de criticar algo que não gosto. Acho que as coisas deveriam ser assim!
enfim, é isso!
Ei, Bruno,
Estou de pleno acordo com isso, das pessoas expressarem suas opiniões. Estou apenas apontando que o próprio texto desdenha das outras opiniões de forma que não me parece condizente com essa mesma liberdade, presente nas pinceladas ácidas do texto.
🙂
Brunão, concordei contigo, mas é que uma certa pompa rançosa sempre me incomodou.
Enfim, acho que você colocou a coisa de uma forma bem mais real e verdadeira.
Issae!!
Abs
O tom do texto está do jeito que se propôs: ser ácido. Mas discordo da forma que ele é construído. Já no começo, temos uma jogada de argumentos de autoridade, mas, como o próprio autor de diz aristocrata, entendo essa forma de pensar a qualificação de alguém para fazer a crítica.
Prefiro não ter que vomitar plataforma lattes para poder me expressar, nem comprovante de leitura de nenhum livro, nenhum cânone. Até porque o tom deixa de ser o da crítica para ser o da vaidade.
Quanto a existência de um público anti-axé, concordo que ele exista. Discordo que ele seja singular. Ele se expressa das mais variadas formas e com os mais variados motivos. Também discordo que o alcance da banda em questão possa ser resumido a isto.
Este texto, para mim, que não tenho qualquer ligação com a Maglore e que fui em poucos shows da banda, não cumpre o que ele intenciona. Ele passa a ser uma ofensa de estereótipos e uma tentativa de auto-afirmação do autor enquanto crítico e entendedor da arte em questão.
Enfim, fiquei triste com o texto, porque quis sim ler uma crítica, ainda que ácida, à Maglore, pois minha formação é ligada ao jornalismo cultural. Mas o texto não chega a isso. E termina de forma muito oportunista, colocando qualquer reação da banda em uma situação confortável para o autor.
Espero novas críticas.
Você tem sérios problemas, meu caro.
O primeiro – e mais grave deles – é lidar com a sua verdade, como se essa, fosse absoluta.
O segundo é achar que dá pra ser crítico de alguma coisa, sem qualquer base ou critério. Aliás, no seu caso, antes mesmo das bases e dos critérios, você deveria se importar com a grafia, visto que no posto de “crítico”, você, querendo ou não, é obrigado a lidar com ela.
“… Ou segue me ignorando como crítico, confortavelmente.” – Acho que foi a coisa mais sensata que li nessa “crítica”.
Eu gosto bastante da Maglore, mas devo admitir que essa espécie de contracrítica, foi mais por mérito das asneiras que você escreveu, do que por vontade de defender a banda ou algo do tipo. Até porque, do jeito que você faz questão de focar o Teago, tudo isso me parece não passar de amor – unilateral.
Qualquer verdade é absoluta por definição – e objetiva também. O que quer dizer que não existe “minha” verdade, nem sua, nem de ninguém. Ela é do objeto (no caso, da Maglore), e é perfeitamente discutível por quem quer que seja.
Pena que você não ache que eu sou digno de ser crítico. A OSESP acha que eu sou um bom crítico. O Neojibá também. Também o Retrofoguetes, o Suinga, o Baiana System. A OSBA. Letieres Leite também acha. O ex-Secretário Estadual de Cultura também. Ah, claro, boa parte da equipe do Teatro Vila Velha também acha que eu dou pro gasto do trabalho de ser crítico.
Devem estar todos enganados, coitados. Você, então, deve estar certíssima!
Agora, me diga quem é que arrota & vomita bobagens com ar de coisa séria, “verdades” idiossincrasicamente pessoais como se fossem arrematadamente “absolutas”?
Por fim, eu sei o que fazer com a sua língua – que pelo visto você não sabe. Ao menos, repito, Marina Colasanti, Miguel Sanches Neto e Zila Berndt acham que eu lido razoavelmente bem com o idioma – tanto que me premiaram mais de uma vez. Evidemente eles conhecem algo de sociolinguística, que não te ensinaram no colégio em que você ainda estuda. Sendo assim, Marcos Bagno, Sírio Possenti e Celso Luft te mandam uma beijoca…
E, ah, antes que me esqueça: da próxima vez, use um email real, sua falsária! Ao menos assim eu posso fazer a cortezia de te responder, como faço com todos. E de eventualmente não te fazer merecer um xingamento destes em público.
Antes de qualquer coisa, queria deixar bem claro que eu não gosto da Maglore. Foi justamente esse fato que me estimulou a ler esse texto, mas confesso que fiquei um pouco decepcionada com o que li. Compartilho, de certo modo, a sua angústia porque também não entendo esse alvoroço todo e não entendo menos ainda as críticas que falam dessa banda “excepcional” – que, para mim, de novo não tem absolutamente nada. Engraçado que li uma crítica feita por Luciano Matos sobre o álbum “Veroz” e, apesar de também não sentir/concordar com algumas coisas, teve um comentário em especial que me chamou atenção: “(…) Vai revolucionar algo? Com esse disco, pelo menos, não. Não há nada de novo ali, apenas um punhado de canções com início, meio e fim, com bons refrões e uma pegada rock bem dosada. Uma banda correta, que não brilha, mas cumpre bem seu papel”. Mais em: http://www.nemo.com.br/elcabong/?p=5086.
Particularmente, eu acho que esse é o principal problema da Maglore e é o que me incomoda bastante. Com isso também não quero dizer que o seu maior problema é o fato de não trazer inovações – até porque não é todo mundo que consegue. Mas o que me incomoda é o fato de a banda ter se acomodado a essa fórmula de músicas com começo, meio e fim e refrões pensados para grudar na cabeça. Uma fórmulazinha que, no ver, não tem “brilho”, não tem “feeling” e, definitivamente, não me convence.
O que mais me angustiou no seu texto foi foi o fato de você ter gastado as suas energias e mais da metade do texto falando da intolerância da Maglore em ouvir críticas (tomando como referência suas experiências com o vocalista) do que a sua opinião sobre a banda e o alvoroço sem necessidade da crítica musical e do público soteropolitano. Me parece que o seu problema é mais com Teago do que com qualquer outra coisa. Pelo menos foi isso que ficou mais em destaque no texto. Além disso, discordo completamente quando você disse que uma das piores características da Maglore é sua falta de identidade com Salvador. Eu não entendo essa mania de querer que tudo que venha daqui tenha que ter uma estampa, tenha que ter um carimbo na testa que mostre para todo mundo que veio da Bahia, tenha que ter uma “referência baiana”. Felizmente, ninguém tem a obrigação de fazer isso. Engraçado que nos outros estados, como Minas, Rio, São Paulo, é difícil encontrar pessoas que fazem questão de carimbar isso, e por que aqui em Salvador as pessoas têm a mania de cobrar isso? Por mais tosco que isso possa ser, eu defendo sim o livre-arbítrio.
Bom, é isso 🙂
Não tenho nenhum problema particularmente com Teago. Não a princípio, tanto que fiz todo o esforço diplomático de me aproximar, aliás mais de uma vez.
Como você pode ver em certa repercursão deste ensaio aqui e alhures no twitter, o buraco é mais embaixo: a contra-crítica em defesa da Maglore recorre a argumentos ad-hominem por vezes franca e gratuitamente homófobos.
Mas isso é tema para outro post, em breve, como soe de eu sempre fazer de praxe.
Não concordo com um argumento que fica subentendido: que a relação ritmica com Salvador é vital para uma banda daqui ser relevante.
De resto, assino embaixo.
Não é rítmica, mas política.
UB: “seu público e seus apoiadores intelectuais vêm do Anti-Axé.”
R: Eu sou axezeiro e sou fã da banda. Até os próprios integrantes da banda, os quais superficialmente conheço, gostam de axé.
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UB: “seu talento não tem rumo.”
R: o álbum dos caras é tão homogêneo, cara… a proposta deles é tão notória…
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UB: “Uma das piores características da Maglore é sua falta de identidade com Salvador”
R: você procura sarna pra se coçar, né, vei? kkkkkkkkkk
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UB: ” São o que se chamaria, lá na Barra Avenida, de ‘meninos de playground’. ”
R: kkkkkkk!!!! vc mora no calabar pra falar isso, playba? tenho certeza que o sr. nunca passou fome, nunca estudou em escola pública, nunca tomou tapa na cara de policial por ser preto, pobre e favelado. usa droga no porto da barra, se envolve com uns meliantes que passam umas 5g ou 50g e se acha o cowboy fora da lei…
nem Kant é mais proLIXo do que você! rs…
pare de usar tantos parênteses senão a gente se perde na sua leitura.
Se fazem uma adesão tão acrítica ao (moribundo) Axé-System, tanto pior para a Malogre, digo, Maglore.
De resto, a questão não é sócio-econômica (“Você mora no Calabar?”), e sim geográfica e histórica (se você se desse ao trabalho de conhecer um mínimo de urbanismo, saberia disso). A Graça, um bairro aristocratico, não tem playground; o Cabula, um bairro proletario, tem.
E “Playba” é quem, como você, mantem comprando abadá a mais escrota (e especulativa) industria cultural que o planeta já viu.
foi mal,
nunca imaginei que o problema é o playgorund em si.
Moro numa casa no Encontro das Águas – lá não tem playground! Sou ROOTS e sei viver la vida loca!
Playground é uma metonímia da relação com as ruas e com a cidade enquanto espaço público de uso coletivo em seus centros Antigo e Expandido.
“Moro em Encontro das Águas” – ou seja: “playba” que não vive nem nunca viveu a Capital Reconvexa. Talvez nunca venha a vivê-la. Projeção pouca é bobagem…