O Ano Sabático de Cachoeira

04/05/2010 at 11:08

Se Cachoeira é a Capital do Recôncavo, e 5 dias por ano é a Capital do Estado por mérito (e, segundo esta budega, deveria ser do Brasil pois foi lá que se iniciou, organizou, e em boa medida se concluiu a Guerra de Independência do País. Em tempo: o único governante nacional a reconhecer isso foi o Imperador Dom Pedro II, que lhe chamou Cidade Heróica e Mui Leal), este ano ela vira um pouco capital do mundo.

Ano passado a sede do campus de Artes da Universidade Federal do Recôncavo foi finalmente entregue: o Quarteirão Leite Alves, ex-sede de uma fábrica têxtil – conjunto que inclui desde prédio art-decô até platibandas rococó e do alto neoclássico. Contudo, só neste ano de 2010 começou a funcionar de fato. Além disso, o Museu Hansen Bahia foi reaberto, restaurado e com prévia de exposição da coleção permanente no Instituto Cultural Brasil Alemanha, em Salvador.

Com isso, Cachoeira, habituada a sediar a maior festa yorubá-nagô do planeta (a Boa Morte, em agosto), sedia até semana que vem o Salão de Artes Visuais do Recôncavo. Assim que este se encerra, começa o terceiro (e exponencialmente maior) BAFF – Bahia Afro Film Festival. O primeiro BAFF começou tímido no já lendário ano de 2008 (tempo em que, na Reforma Cultural Bahiana, se plantando tudo dava) no Pelô (Museu Eugênio Teixeira Leal); o segundo foi em Florença, na Itália. O terceiro, este ano, nas (em breve, tombadas) margens do Paraguaçú.

E não para por aí. Além das tradicionais Boa Morte e Embalo D`Ajuda (um verdadeiro baile de máscaras belle-epóque a céu aberto, no raiar da aurora), em novembro tem a Bienal do Recôncavo, logo em frente em São Félix, no belíssimo Centro Cultural Dannemann. A Bienal costuma ser excelente, imensa, ostensiva. Ano passado tinha atividades de teatro e dança diferentes a cada fim de semana, e a exposição de artes plástica trazia gente como Marepe e Maria Bonomi.