O “Cultura na UTI” deu sinal de vida!

18/08/2009 at 10:45
A Cassandra de Hospício, tangendo a boiada da mediocridade

A Cassandra de Hospício, aboiando a mediocridade

E de vida inteligente! Depois de um mês sem postar (continuam sem aceitar comentários, contudo), publicaram algo. É um resumo das reivindicações feitas.

O que se pode notar é que quase todas as demandas feitas à Secretaria Estadual de Cultural pelos insatisfeitos ou já era atendida antes e eles não se deram conta, ou passou a ser atendida ou está sob análise. Ou seja: democraticamente acatou-se-as. Inclusive a sugestão deste blog que pede que o Secretário dê um puxão de orelha no empresariado local, que insiste em patrocinar bloco de corda de axé-music pra paulista ver – enquanto o Neojibá precisa de patrocínio do paulista Bradesco para realizar sua turnê nordestina.

Exceção apenas para a esdrúxula demanda de “fortalecer o FazCultura”. Fruto do neoliberalismo galopante do des-governador César Borges, o FazCultura é a privatização do investimento na área, que deixa de ter visão de interesse coletivo ou estético. O FazCultura por muito tempo esteve na raiz do axé-sistem, quando não torrava o desconto fiscal em atrações do sudeste – o que ao meu ver configura grave evasão de divisas.

Mais uma vez se ataca Márcio Meirelles pelos seus acertos: o FazCultura já não deveria sequer existir mais! Enfraqueceu-se bastante na gestão de Márcio – mas para mim e para muitos ainda é pouco: precisa deixar de existir. O empresariado precisa investir mais na Cultura? Sim – mas por motivos cívicos, para promover a imagem de sua empresa, e não com contrapartida fiscal do Estado. No Rio de Janeiro e em São Paulo já é assim.

A SECULT bahiana está já praticamente dentro do que propõe a nova Lei Rouanet. O FazCultura é um resquício da velha Lei Rouanet, que está por cair. Fortalecê-lo seria um retrocesso. Donde: o “Cultura na UTI” é a versão jeje-nagô dos insatisfeitos da Globo com a idéia de pobre ir a concertos sinfônicos com o Vale Cultura.

Disse que os semi-mortos deram sinal de vida inteligente. E deram: ao fim do post novo deles, se vê que têm demandas fundamentais ao Prefeito João Henrique: que ele tenha uma Secretaria Municipal específica e exclusiva de Cultura; um Conselho Municipal de Cultura (exigência mínima da SECULT para repasse de verbas em qualquer prefeitura – que dirá na capital), um Fundo Municipal de Cultura, e que a Fundação Gregório de Matos deixe de ser gestora para se tornar fomentadora. Algo como o que Marcio Meirelles fez com a Fundação Cultural do Estado da Bahia.

Esse povo é cabotino! Esculhamba Marcio, e pede pra João Henrique fazer o mesmo que Marcio fez. Ou bem a SECULT é uma bosta – e o Prefeito não deve imitá-la; ou bem ela é ótima – e merece ter seu modelo copiado. Decidam-se!

Estas demandas também são deste blogueiro que vos fala. E de qualquer pessoa, a direita ou a esquerda, que seja não-oligofrênico. Acontece que eu sou coerente: não ataco quem não gosto por que acertou. Teve acertos? Eu aplaudo! Quantas vezes eu já elogiei Paulo Souto aqui? e Cláudio Lembo? e Marco Maciel?- embora todo mundo saiba que eu nunca votei no PFL nem nunca o farei, salvo melhor juízo.

Só quero ver se João Henrique vai tratar os semi-mortos com o desvelo democrático que Márcio vem tratando…