A antologia do samba bahiano, na Pituba.

10/06/2009 at 9:28

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

É com esta foto, discreta, na parede do fundo – quase como uma imagem de santo ou de orixá, ou foto de patriarca desbotada, que o Bar Amendoeira marca o fato de que sedia, desde mês passado, talvez o melhor samba da cidade.

Pra quem não sacou, na foto estão, por ordem: Edil Pacheco, Riachão, Walmir Lima, Batatinha (embora discreto, rindo à larga,  o que era incomum para ele – e com a indefectível caixinha de fósforos pra batucar na mão) e Ederaldo Gentil. Isto é: a fina flor do samba-duro urbano e do samba-canção da Bahia dos anos 30-50 e dos anos 60-80. Do tempo que o Largo dos Aflitos (onde a foto foi tirada, no bar que fica no porão da casa da Família Batatinha) tinha samba de verdade; e que o Chariot subia o Taboão; do tempo em que governava Antonio Baobino, e o bonde passava no Ponto dos 15 Mistérios, dobrando a Nossa Senhora do Boqueirão, indo do Bairro (Barbalho) pra Cidade (quer dizer, pro Largo do Terreiro, pra onde todo mundo ia…).

O Amendoeira fica na Pituba – mas nem parece, já que recebe toda quinta-feira a noite Edil Pacheco e convidados (que vão de Gerônimo a Riachão e Mariene de Castro). O projeto é de uma das figuras emblemáticas da boemia bahiana dos anos de abertura (aqueles, que elegeram Waldyr Pires governador): Alberto Oliveira; o bar, do antológico Moacir Negão (irmão do Lôro, que tem a famosa barraca de praia e no carnaval).

O Amendoeira fica na Rua Minas Geraes, quase em frente a filial do Restaurante Grão de Arroz. Vale ressaltar que a cozinha é ótima, a cerveja é (em bom bainaês) cu-de-foca. E o bar, nesses dias de samba histórico, lota! Os donos recomendam chegar cedo – bem antes das 20h. Segundo dizem, amanhã é, por hora, o último dia do projeto – e é óbvio que eu vou, sambar até cair no chão.